4 de fevereiro de 2011

Sobre a primavera

Sobre a primavera

De tempos em tempos lançarei garrafas ao mar. Marcarei com breves textos – as nuanças da vida.
Em que idioma cai a chuva sobre cidades dolorosas? Pablo Neruda – este foi meu mote.
Encontrar a palavra certa nunca é confortável, é sempre um ato solitário, vagaroso, porém, insubstituível, sobretudo, aos que buscam o inexpressável e tentam fixar vertigens.
Creio que a primavera atiça nossa curiosidade, nossa sensibilidade, nossas fantasias e nos torna mais porosos à amizade e ao diálogo, porque contemplamos mais. Tento com palavras alcançar com as mãos o seu perfume.
Suave, de novo ela nos invade, serenamente, transborda com vida em abundância. Durante a primavera lancemos sobre a Terra sementes de sensatez e esperança com fé que elas germinarão. Sabemos que, para as mulheres, nas quais a vida se instala e habita de modo mais imediato, frutífero e cheio de confiança; esta estação é a promessa de vida.
O tempo, esse cuidadoso alfaiate, nos permita, singularmente, alargar as medidas do impossível. Como registrou Ana Maria Feitosa “pensando como quem dorme – falando como quem sonha – amando como quem pode”.
Sobre estes dizeres a respeito da primavera lembrem-se do espanhol Ortega y Gasset “Todo dizer é deficiente – diz menos do que quer; todo dizer é exuberante – dá a entender mais do que se propõe”.
Bons ventos aos homens, belas flores às mulheres e vice-versa.
Paz para todos. Continuemos apaixonados pela vida e fazendo, a cada primavera, maior e mais forte investida.
Muito obrigado, pois, como você abriu a garrafa é sinal de que dentro de você há esperança, portanto, estamos juntos. Abraço fraterno.
Prof. e Cap. Ronilson

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