4 de fevereiro de 2011

A quarta garrafa

A quarta garrafa

Com especial e fraterna alegria, lanço minha quarta garrafa ao mar;

Confiante em que possa recebê-la suave e serena, sem expectativas e ao sabor do tempo e do vento;

É especial por ser minha última no posto de tenente. No dia do soldado, 25 de agosto, amanheço capitão;

Como a gratidão é a memória do coração e como ainda guardo aquela humilde idéia de que as pessoas ficam felizes pela felicidade dos que lhe cercam, compartilho desta terceira estrela que pousa em meus ombros;

Continuarei tentando desenvolver a habilidade de levar as pessoas de onde elas estão para onde nunca estiveram; continuo investindo em livros, pois a leitura é a arte de pensar com um pouco de ajuda;

Para nós, que professamos algo e que também policiamos, lidar com o medo, o desespero e a dor só é suportável pela luz que nos ilumina e nos ensina elevar - sempre na possibilidade de se fazer mais e melhor;

Escrever é interlocução. É uma forma de cobrar um alívio. John Updike registrou que há um abençoado limite para as palavras, mas são elas que permitem, com jeito alegre, ver o difícil da vida; pois os sinos continuam balançando por muito tempo depois que ouvimos seus diminutos sons e pensamos que pararam;

Que esta garrafa lhe encontre denso(a) e crepitante de calor humano, seguindo sua marcha e deixando atrás de si uma esteira de paz,

Muito obrigado por acreditar e por abrir esta quarta garrafa.

Do amigo, professor, capitão e perseverante Ronilson.

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